quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Exemplos Pouco Educativos
Exemplos Pouco Educativos - Pela equipa do M.E.
Texto enviado aos Sr.s Deputados/Professores do Partidos Socialista.
Ex.mos Sr.s Professores/Deputados, dia 23 façam o que a Vossa consciência ditar! E que Deus vos ajude!
Os Professores (vossos ex-colegas) já demonstraram toda a humildade do Mundo, pedindo-vos publicamente ajuda.
Fiquem descansados os espíritos mais inquietos que hoje não abordarei a questão da divisão da carreira docente em Professores de 1.ª e de 2.ª. Tão pouco vou abordar a tão falada questão das quotas e muito menos o modelo de avaliação que de tão absurdo, só por manifesta e total falta de tacto e pura teimosia se insiste na sua aplicação a qualquer custo.
Também não falarei dessa coisa de "faz de conta", que são as aulas de substituição, que só serviu, na maioria dos casos, para transformar profissionais da educação em assistentes da acção educativa (carreira criada mas nunca preenchida pelo ME) e/ou entertainers.
Hoje vou-vos elencar, com casos concretos, que fruto da aplicação do novo Estatuto do Aluno, provocam situações absurdas. Vou-vos falar das provas de recuperação, a que, por imposição legal, os alunos terão que ser sujeitos logo que ultrapassem o limite legal de faltas. Vamos aos exemplos:
1.º - Um aluno, na disciplina de Formação Cívica, faltou à aula de apresentação, à aula de auto-avaliação e ainda a uma aula em que o Director de Turma esteve a tratar de assuntos disciplinares com os alunos. O Professor da disciplina vai ter que elaborar uma prova de recuperação sobre os “conteúdos”(?) leccionados nessas aulas;
2.º - Um aluno, falta sistematicamente às aulas de substituição, ultrapassando assim o limite legal à disciplina de Geografia. O Professor da Disciplina vai ter que elaborar uma prova de recuperação sobre os “conteúdos” leccionados por diversos Professores nas aulas de substituição. Importa esclarecer que no caso concreto, como as faltas do docente não foram antecipadamente previstas o Professor nunca deixou plano de aula, pelo que os Professores que o substituíram “improvisaram”, tratando os mais diversos assuntos, ou simplesmente fizeram uma actividade qualquer com os alunos;
3.º - Na disciplina de Área de Projecto um aluno faltou à aula de apresentação, a de auto-avaliação e à aula de discussão de temas a tratar;
4.º - Num outra disciplina, um aluno faltou à correcção de um teste, à aula de auto-avaliação e a uma aula normal;
Todos estes alunos por terem atingindo assim o limite de faltas vão ter que ser sujeitos a uma prova de recuperação sobre os conteúdos leccionados nessas aulas. Caso não tenham aproveitamento poderá ter que ser elaborado um plano de recuperação.
Como se elabora uma prova, nestas circunstâncias?
Sobre que conteúdos?
Com que fim?
E o Plano de Recuperação, nestes casos, serve para recuperar o quê?
Servem estes exemplos, escolhidos propositadamente, para testar aos olhos de qualquer observador com sentido crítico, a importância pedagógica, de uma medida tão emblemática, no processo ensino-aprendizagem dos alunos.
E assim se desmotivam e desmobilizam todos, daquilo que é realmente importante.
No M.E., na Assembleia da República, em S. Bento, no palácio de Belém, etc., era importante afixar uma lápide com o seguinte sábio ditado chinês
“Fazer diferente é fácil!
Fazer melhor é difícil!”
Para terminar dizer só que, na minha modesta opinião, só a total falta de tacto e senso justifica que quem ocupa as cadeiras do Poder no M.E. possa alguma vez ter pensado e gizado toda esta catadupa (propositada em minha opinião) de alterações e esperar que a classe docente as aceitasse passivamente.
Há coisas que são intemporalmente inaceitáveis!
Todos sabemos que os Docentes são cidadãos pacíficos, mas não, por enquanto, totalmente desprovidos se sentido crítico e da faculdade da revolta e de união.
Aliás, eu julgo que a História um dia fará jus ao que de bom e mau esta equipa do ME fez pelo País e em particular pela Educação e é minha profunda convicção que então se escreverá que conseguiram, como grande mais valia, aquilo que ninguém até então tinha conseguido e que foi unir uma classe nunca antes unida, e congregar sindicatos de várias tendências e assim contribuir para a construção de uma identidade da classe até então impensável.É obra!
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