Há muitos anos, frequentando eu um curso de Engenharia em Coimbra (então no 3.º ano), julgando saber um pouco mais da vida, decidi pedir transferência para um Curso com Via Ensino e assim, infelizmente, tornei-me Professor.
Essa minha decisão foi tomada porque achei que tinha algum jeito para a coisa, que até era uma profissão interessante pois trabalhar com juventude tinha os seus aliciantes e, embora se ganhasse pouco no início da carreira, julgava saber que no final da mesma se ganhava razoavelmente. Sabia que a progressão era feita por antiguidade, tinha como garantido que aos 36 anos de serviço podia ir para a reforma, etc., etc.
Hoje, 18,5 anos passados, olho para a minha situação e vejo que alteraram todos esses pressupostos.
Mas eu assinei um contrato com o Estado sob determinadas condições, direitos e deveres, então e agora, já não me pagam o que estava acordado e não me reformo quando ...?
Eu não sou jurista, por isso responda quem sabe, é isto legal e constitucional?
Até os alunos, que antigamente eram jovens com ambições e vontade de crescer e aprender, se transformaram em jovens amorfos, desiludidos, sem esperança e motivação, que assim se transfiguraram em alunos muito problemáticos, por falta de expectativas que eles (os políticos) lhes roubaram. Roubaram-lhas ou privaram-nos delas, guardando ou reservando os bons empregos para os boys, para os comissários políticos e para os próprios filhos.
Assim, o que nos resta? A revolta? A indignação? A revolução?
Negociação, motivação, empenho, dedicação, sucesso, são termos que deixaram de ter sentido nos tempos de hoje. O que os VOSSOS (pois eu recuso-me a ser representado por mentirosos e outras coisas piores…) governantes têm feito é roubar-nos tudo, os sonhos, as aspirações, a esperança, a democracia, a negociação, a felicidade, a harmonia e o País.
É este País que queremos?
Suponho que não.
Então só temos que, fazendo o que o Sr. Professor Dr. Aníbal Cavaco Silva escreveu em 2005 (salvo erro), correr com os políticos que hoje ocupam as cadeiras do Poder, na Presidência da República, no Governo e no Parlamento, os quais, contrariamente ao que prometeram, por acção ou inacção e conivência, fizeram com que hoje todos estejamos pior do que estávamos ontem.
Para ver um filme de mentiras vá a http://www.youtube.com/watch?v=DcEciCZ5u4M