domingo, 21 de setembro de 2008
FELICIDADE DE PROFESSOR!
Volto a este tema, porque como deixei escrito num “post” anterior, acredito, ser esse o motor da vida e a única coisa que nos garante estar bem, estar em paz, connosco e com os outros.
Um dia, por razões diversas, decidi ser Professor do Ensino Secundário. Para isso fiz um estágio Pedagógico e tive, no final, 18 valores que foi nota máxima nesse ano. Portanto, esse facto aliado ao prazer que eu tirava daquilo que fazia, parecia indicar que tinha jeito para a coisa. Pelo menos eu acreditava nisso!
Passados uns anos, poucos, os colegas de Profissão acharam que também tinha jeito para a gestão da Escola e fiz um mandato no Conselho Executivo. Saí, por opção própria e por não querer concorrer ao lugar de Presidente contra um amigo.
Passei então para Director de um Centro de Formação de Professores onde cumpri 12 anos da minha vida. Fiz, sempre o melhor que pude e soube e não me envergonho nada daquilo que fiz.
Agora, voltei a dar aulas e fui invadido por uma imensa angústia, ansiedade e incerteza sobre, o que sou?, do que sou capaz?, o que querem de mim?
Depois se sofrer em silêncio e cansado de me sentir infeliz, decidi que entre ser um óptimo funcionário administrativo, que cumpre todas as burocracias e assim assegura desde logo a expectativa de uma boa avaliação e progressão no sistema, ou ser um professor que trabalha com prazer e paixão para e com os seus alunos, escolho esta segunda hipótese, mesmo que isso me venha a custar progressão profissional e remuneração mais baixa no final de cada mês.
Mas, entendo eu, que só posso dar alguma esperança aos jovens se eu também a tiver, e para se ter esperança é necessário ser feliz.
Sejam felizes, pois para infelizes bastam os que nos governam!
domingo, 14 de setembro de 2008
CONFIDENCIAL
ABSOLVIÇÃO
Incendeiam-me ainda os beijos que me não deste
E cegam-me os acenos que me não fizeste
Da janela irreal onde o teu vulto
Era uma alucinação dos meus sentidos.
Mas, decorrida a vida, e oculto
Nestes versos doridos,
A saber que não sabes que te amei
E cantei,
E nem mesmo imaginas quem eu sou
E como é solitária e dói a minha humanidade,
Em vez de te acusar
E me culpar,
Maldigo o arbítrio da fatalidade
Que cruelmente nos desencontrou.
Miguel Torga, 11 Dezembo de 1992 in "Diário XVI"
E cegam-me os acenos que me não fizeste
Da janela irreal onde o teu vulto
Era uma alucinação dos meus sentidos.
Mas, decorrida a vida, e oculto
Nestes versos doridos,
A saber que não sabes que te amei
E cantei,
E nem mesmo imaginas quem eu sou
E como é solitária e dói a minha humanidade,
Em vez de te acusar
E me culpar,
Maldigo o arbítrio da fatalidade
Que cruelmente nos desencontrou.
Miguel Torga, 11 Dezembo de 1992 in "Diário XVI"
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